sexta-feira, março 03, 2006

Há dias assim...



Daqueles em que todos os minutos parecem ter sido um engano, em que cada segundo só soube acrescentar pesar ao anterior, em vez de aligeirar a memória do erro, do mal, da mágoa que se ofuscou.

Há dias assim...

Daqueles em que a única certeza que existe é a de que, ao deitar, todos esses minutos, nos seus infimos segundos, vão lá estar para nos assombrar o sono. E o incómodo, o susto, esse subsistirá até termos o instinto de acender a luz e constatar, num rasgo, que eles - os minutos - afinal não estão lá... mas apenas porque já passaram.

É por isso que, objectivamente, não tenho medo do escuro... Tenho mais medo do que posso encontrar quando tiver coragem suficiente para abrir a luz.