Há dias assim...
Daqueles em que todos os minutos parecem ter sido um engano, em que cada segundo só soube acrescentar pesar ao anterior, em vez de aligeirar a memória do erro, do mal, da mágoa que se ofuscou.
Há dias assim...
Daqueles em que a única certeza que existe é a de que, ao deitar, todos esses minutos, nos seus infimos segundos, vão lá estar para nos assombrar o sono. E o incómodo, o susto, esse subsistirá até termos o instinto de acender a luz e constatar, num rasgo, que eles - os minutos - afinal não estão lá... mas apenas porque já passaram.
É por isso que, objectivamente, não tenho medo do escuro... Tenho mais medo do que posso encontrar quando tiver coragem suficiente para abrir a luz.
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